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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

INEXORÁVEL




Como seria minha vida, hoje, se não houvesse acontecido aquele imprevisto ?
Esta pergunta – que jamais poderá ser respondida – é uma constante na vida de muitos que tiveram mudada a rotina que consideravam ser a sua normalidade.
Embora essas mudanças nem sempre sejam benéficas para alguns, para outros servem de marco inicial propiciando uma retomada de novas atitudes dependendo de circunstâncias e, mesmo, adequações às novas propostas que lhes são oferecidas. Basta saber selecioná-las e, em caso de má escolha, conseguir superá-las.
Partindo de minha própria experiência, permitam-me fazer uma resumida retrospectiva de quase quarenta anos.
Minha suposta felicidade foi ceifada impiedosamente deixando-me atordoada e sem ação, quase à beira de um colapso nervoso. Tentei reaver minhas presumíveis estruturas emocionais. Levantei a cabeça, respirei fundo, engoli o orgulho e... não consegui.
Naquela ocasião eu ainda não sabia nada sobre inexorabilidade.
Sem que eu tivesse tempo de curar minhas feridas, família e amigos conseguiram, mais uma vez, fazer com que eu tentasse voltar à felicidade. Total fracasso, sem máscaras, muitos ressentimentos e nenhuma tolerância. Era o inexorável em sua plenitude provando que não se consegue colar um vidro trincado, pois ao mais leve toque ele quebrará novamente.Pois foi o que aconteceu – aquele meu vaso de cristal (felicidade) ficou estilhaçado e não consegui colar os caquinhos...
Consegui refazer minha vida e adquirir outras felicidades partindo de uma resolução radical, restauradora e que, mesmo com alguns imprevistos no decorrer desse longo tempo, faz de mim uma mulher satisfeita com seu destino.
Então, mesmo sem ser vidente, chego a vislumbrar como seria minha vida, hoje, se os fatos não se houvessem desencadeado. Vendo as pessoas e outros paradigmas, atualmente, considero que meu presente seria de uma inexorabilidade calculada dentro daquela antiga felicidade, que possivelmente este texto não existiria e eu estaria muito mais velha do que estou, apenas esperando o inexorável fim.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Sob o luar


Aspiro o perfume envolvente das flores,
pétalas úmidas de orvalho outonal.
Boêmia, corre a lua rumo ao mar
que murmura poesias rendilhadas,
num conluio de harmonia e luz
eu sou platéia.

Voltei ao convívio natural,
destemida como outrora,
mais liberta
mais mulher
mas sofrida
sozinha estou
porém vibra em mim a vida
ecoam versos e canções na alma
acima dos desejos e ilusões.

Vivo dias sempre iguais
demais amenos

Adormecidos os ideais
vejo os dias passarem acelerados,
sinto o tempo curar velhas feridas
e deixar meus cabelos prateados
Mas
beijos de amor
nunca mais.