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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

FELIZ ANO NOVO! (sem lentilhas, por favor)

imagem: http://www.qdivertido.com.br/007.gif


No creo em brujas, pero que las hay, hay... este ditado espanhol, muito conhecido e repetido quase que como uma desculpa, define bem algumas superstições que, atavicamente, carregamos e passamos adiante.
Minha madrinha, por exemplo, tinha o hábito de bater três vezes na mesa, ou outro tipo de madeira, quando falava ou ouvia alguma coisa negativa e, apavorada, quando ouvia uma música chamada Ramona. Dizia que a tal música era "azarenta" – e não era só ela que acreditava naquilo...
Tratando-se de superstição, muitas pessoas acham que essas crendices, por mais fortuitas que sejam, são encontradas apenas em pessoas ignorantes. Sabe-se de grandes personagens da História de todos os tempos, que marcaram – e ainda marcam – atos significativos de crendices instintivas, mesmo em palavras ou obras realizadas. Nosso Pai da Aviação, Alberto Santos Dumont é uma prova que contesta esse conceito. Dos dez dirigíveis que construiu, não existe o N 8. Santos Dumont sentia aversão ao número 8: não fazia ascensão no dia 8 do mês e evitava esse número em quaisquer circunstâncias, segundo relata Henrique Dumont Villares em “Quem deu asas ao homem”. Há ainda na "Encantada", a escada com degraus colocados numa disposição tal que a pessoa terá que pisar com um pé de cada vez e, sempre, iniciando com o pé direito.
Uma das superstições brasileiras mais comunitárias é a de que não se deve comer galinha na ceia do Ano Novo, mas o "colesteroso" porco, sim. Por que? Respondo: dizem os entendidos nestas coisas, que a galinha “cisca pra trás, mas o porco fuça pra frente”. Portanto adotamos esta tradição para trazer sorte no ano todo, baseados unicamente nos hábitos instintivos desses dois animais.
Já que citei ceias de Ano Novo, aproveito para contar uma das minhas crenças em bruxas.
Minha família comemorava festiva e fartamente os natais e entradas de ano. Os natais eram especiais, pois minha avó aniversariava justamente no dia 25, a família era muito unida e vinham todos os parentes, mesmo os mais distantes, para homenageá-la.
Já o Ano Novo era mais íntimo e não tínhamos o hábito de comer carne de porco nessa noite. O prato especial era a lentilha. Não sei se é hábito dos gaúchos, mas sempre era servida somente cozida, sem acompanhamentos, com a crença de que traria bons fluidos ao ano que chegava.
Já adulta, com a minha família em início, segui as tradições: Natal com os familiares, na casa da avó e Ano Novo em nossa casa, com eventuais convidados. Lógico que a lentilha continuou a fazer parte do cardápio juntamente com algumas inovações e a vida transcorria sem maiores novidades, possivelmente com as bênçãos infalíveis da lentilha...
Confesso meu ceticismo quanto à religião, mas no que toca à superstição fico balançando um pouco no hay o no hay brujas?
Na dúvida, acho que acredito um tiquinho de nada em bruxaria e foi então, na passagem de um certo ano que comecei a notar umas coincidências, outras discrepâncias e um acontecimento que alterou toda a minha vida. De quem a culpa? Da lentilha, ora...
Passados muitos anos dos acontecimentos negativos que os grãos bruxólicos me causaram resolvi dar outra oportunidade e, pasmem: naquele ano de Collor fui sumariamente demitida de um serviço de 28 anos efetivos. Culpa de quem?
Não desisti dela, mas na ceia de fim de ano ela nunca mais voltou e, podem crer, jamais voltará!

http://jornal.valeparaibano.com.br/2005/12/29/bairro/lenti1.html

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